sábado, 24 de janeiro de 2015

HISTÓRIAS INDÍGENAS: Cultura, Educação e Legislação Escolar.

Curso de Extensão 40 horas

HISTÓRIAS INDÍGENAS: Cultura, Educação e Legislação Escolar. 




Inscrições:
Serão realizadas de foram unicamente on-line. A pessoa interessada deverá enviar um e-mail para profmarcosvinicius@hotmail.com no qual deve conter o nome completo e um número de telefone para contato.

Curso:
Ocorrerá de forma 100% presencial em dois módulos, totalizando a carga horária de 40 horas. Os módulos estão assim distribuídos:  
Módulo I: 21 e 22 de fevereiro - Tema: História e Culturas Indígenas no Brasil e em Sergipe  

Módulo II: 28 e 29 de março - Tema: Educação e Legislação Escolar Indígena no Brasil

O curso ocorrerá concomitantemente com os módulos da especialização ENSINO PARA A IGUALDADE NAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, da Faculdade São Luís de França.
  
O local do curso será nas dependências da Faculdade São Luís de França, situada na rua Laranjeiras, 1838. Aracaju – Sergipe.

Investimento:
O curso terá como investimento duas parcelas de R$ 80,00, a serem pagas nos dias dos módulos. Os participantes devidamente inscritos receberão o material incluso e o certificado quarto dias úteis após o segundo módulo. Cabe salientar que o mesmo terá direto a receber a certificação caso obtenha um percentual de 75% de presença.

    
Prof. MARCOS VINICIUS MELO DOS ANJOS

Responsável pela coordenação do curso

quarta-feira, 9 de julho de 2014


Curso de Extensão:
Educação para as Relações Étnico-Raciais: Representações e Inquietações na sala de aula.
Área do Conhecimento: Educação        
Modalidade: 100% Presencial                 
Carga horária: 40h
Acompanhamento:  Especialização  Ensino para a Igualdade nas Relações Étnico-Raciais

Responsável: Prof. Marcos Vinicius Melo dos Anjos

Local
            Faculdade São Luís de França

Objetivos:
·         Compartilha experiências pedagógicas com a Lei 10.639/03 na educação básica;
·         Refletir sobre os onze anos da Lei 10.639/03 a ações nas escolas das redes públicas e particulares;
·         Colaborar na elaboração dos currículos escolares, priorizando a produção do conhecimento sobre as relações étnico-raciais nas diversas disciplinas.

Público Alvo: Estudantes, pedagogos e professores da educação básica.

Introdução: O cenário brasileiro, no que se refere à Educação para as Relações Étnico-raciais, vem apresentado desde a década passada uma série de avanços e desafios, seja na esfera governamental como nas garantias das lutas do movimento negro desde a década de 1950.
A Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003 e a Lei 11.645, de  10 de março de 2008 modificaram a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional -LDB), artigos 26A e 79B da, como a inserção de conteúdos programáticos obrigatórios em todas as disciplinas, com a finalidade de promover a Educação das Relações Étnico-raciais (ERER),  com as temáticas afro e indígena significou uma conquista no espaço escolar.
Sabemos que, tão somente a existência das leis, não efetive uma mudança cultural em nosso país, que pela sua Diversidade étnica e cultural, abriga grandes diferenças de oportunidades e de equidade em toda a sociedade. Preconceitos, discriminações e demonstrações de atitudes racistas ainda são comuns.
No intuito promover a atualização dos profissionais da educação sobre as respectivas Leis, a Pós-Graduação Ensino para a Igualdade nas Relações Étnico-Raciais, da faculdade São Luís de França, promove um curso de extensão de 40 horas, ministrado em dois módulos de 20 horas presenciais. O curso ocorrerá concomitante aos módulos da pós acima especificada.

Inscrição:
- Os interessados deverão efetuar a  inscrição até a data 23.07.14;
- inscrição será feita somente por SMS (79 8814 8025) ou por e-mail (ajumarcosmelo@gmmail.com) contendo NOME COMPLETO e NUMERO DE TELEFONE para contato.
- O pagamento será efetivado em duas parcelas de R$ 50,00 (1ª no dia 26.07 e a 2ª no dia 30.08);
- O material didático utilizado é incluso;
- As inscrições devem se realizadas com mais brevidade possível, pois número de vagas é limitado;
- Importante: A confirmação da inscrição assegura a vaga e a participação no curso

Metodologia:
            Os inscritos e confirmados no curso de extensão, participarão de dois módulos assistindo as aulas nos dias e conteúdos especificados na tabela abaixo, terá direito ao certificado o cursista que obtiver 75% de frequência, bem como participar da atividade no final de cada módulo.

26 e 27  de Julho
EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
30 e 31 de  Agosto
POLÍTICA DE AÇÕES AFIRMATIVAS NO BRASIL E NOVAS PERSPECTIVAS

Certificação
            A certificação ficara com a chancela da Faculdade São Luís de França, como curso de extensão de 40 horas.
            O certificado estará disponível no dia 03 de setembro de 2014.


segunda-feira, 2 de junho de 2014

3º Seminário Internacional de Educação em Ciências.

3º Seminário Internacional de Educação em Ciências. 

A Universidade Federal do Rio Grande - FURG  e o Núcleo de Estudos em Epistemologia e Educação em Ciências - NUEPEC convidam professores, pesquisadores, profissionais e estudantes para 3º Seminário Internacional de Educação em Ciências - SINTEC que se realizará na cidade de Rio Grande, nos dias 22, 23 e 24 de outubro de 2014Trata-se de um evento que congrega interessados na área de Educação em Ciências em seus mais diferentes aspectos e campos. Procura promover, principalmente, o debate de cunho epistemológico e paradigmático sobre o que é o campo das Ciências e sua função, papel e contexto na contemporaneidade em que vivemos. Articula-se com a Tecnologia e suas aplicações na medida em que a o desenvolvimento científico estreita-se, cada vez mais, com as possibilidades de avanço tecnológico.  

Em particular, temos procurado articular neste evento as questões vinculadas à Educação Básica e a formação de professores a fim de problematizar, debater e qualificar os contextos de ensino, desde a pré-escola até a universidade. Também, temos direcionado esforços para articular os pesquisadores da América Latina e África  com a intenção de proporcionar novas redes de cooperação no campo da Educação Científica e Tecnológica.  
O SINTEC integra as ações brasileiras da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pelo Ministério de Ciência, Tecnologia & Inovação (MCTI). O prazo para submissão de trabalhos vai até 13 de julho de 2014. 


Maiores informações podem ser encontradas em www.nuepec.furg.br 

Entidades dizem que Barbosa é símbolo de resistência e quebra de barreiras raciais

Movimento afro espera que Dilma escolha substituto negro.


 SÃO PAULO - Os representantes de entidades afro-brasileiras e lideranças da comunidade negra lamentaram a aposentadoria do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. Para eles, Barbosa é símbolo de resistência e de quebra de barreiras raciais.
 — O ministro Joaquim Barbosa representa de forma muito digna a população negra e rompeu barreiras raciais. Meu marido, (o ativista) Abdias Nascimento, eu e o Ipeafro tivemos a honra de apoiar, junto ao então presidente Lula, a sua nomeação para o STF. Ele representa não só os negros, mas a nação brasileira. Tenho certeza que as posições e as decisões que ele vem tomando ele as faz com a convicção e o intuito de fortalecer o Judiciário, consolidar a boa jurisprudência e trabalhar para corrigir históricas distorções tanto no equilíbrio entre os três poderes como no exercício do poder — afirmou Elisa Larkin Nascimento, diretora-presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros no Rio de Janeiro (Ipeafro).
 Frei David Santos, diretor-executivo da ONG Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro), afirmou que espera que a presidente Dilma Rousseff escolha uma negra ou um negro para suceder Barbosa no STF. O religioso disse que a comunidade negra vai apresentar uma lista com a indicação de dez nomes para Dilma.
 — Ser autoridade do Judiciário e ter postura isenta custa caro a qualquer cidadão corajoso; e o nosso irmão negro Joaquim Barbosa não quis continuar pagando este alto preço, prejudicando sua vida e sua saúde. Ele foi ao limite da doação pela ética na política e na Justiça. Cabe a nós, sociedade, dar continuidade, com garra e determinação, indo para as ruas. Ele revelou que sempre votou no PT para a Presidência, e a perseguição que o partido fez às instituições, a partir das corajosas posições dele, enfraqueceu especialmente o STF — disse o frei.
 O presidente da ONG Afrobras e reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente, considerou uma perda a saída do ministro, que teria promovido mudanças no país.
 — Da perspectiva simbólica, ele deixa uma contribuição insuperável, principalmente na crença da possibilidade de se alcançar os seus objetivos quando se trabalha duramente por eles. Barbosa é uma grande referência. Ele ajudou a fazer uma mudança fabulosa no país e vai ser festejado por sair do Supremo e entrar para a História — afirmou Vicente.
 Fonte: Read more: http://oglobo.globo.com/brasil/movimento-afro-espera-que-dilma-escolha-substituto-negro-12651717#ixzz33MA4XdeG

Pobreza teve queda de 69% nos últimos dez anos



Dados da última Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) e do relatório de acompanhamento das Metas do Milênio divulgado pelo IPEA atestam as transformações promovidas pelos governo do PT. A pobreza teve queda de 69% nos últimos dez anos. Além disso, a renda dos mais pobres está crescendo 5,5 vezes mais rápido que a do ricos.


A PNAD mostra que entre 2003 e 2012, a renda dos 10% mais pobres do país cresceu 106%. O índice equivale ao dobro do aumento da renda média no país – de 51% – no mesmo período. Já a renda mediana (do segmento que se encontra bem no meio da pirâmide social) aumentou 78% em nove anos.


Segundo o ministro Marcelo Neri (Secretaria de Assuntos Estratégicos) os números são o resultado de uma equilibrada combinação entre crescimento econômico e diminuição da desigualdade de renda. Esse “caminho do meio” – explica – tem como base as transformações estruturais no país.


“Dizer que todo este movimento de queda da pobreza e da desigualdade é fruto de assistencialismo e não tem padrões estruturais é entrar em conflito com os dados”, avalia Neri. Ele também aponta que poucos países no mundo, nos últimos 60 anos, conseguiram manter durante 12 anos consecutivos uma queda contínua de suas desigualdades.


Os dados dimensionam a importância do trabalho com carteira assinada: o salário foi responsável por 3/4 do aumento da renda dos brasileiros, entre 2002 e 2012. Neri destaca, também, as transformações na Educação, sobretudo no ensino técnico, que dobrou sua cobertura entre os jovens de 15 e 29 anos, passando de 2% para mais de 4%. 


Como vocês sabem, o Brasil conseguiu atingir uma das metas do milênio – a queda da mortalidade infantil – quatro anos antes do prazo estipulado pela ONU (2015). Passamos dos 53,7 óbitos por mil nascidos vivos em 1990 para 17,7 em 2011. Agora, aponta Neri, a meta é a superação da extrema pobreza: “O mundo debate isso em escala global. O Brasil está exportando a ideia”.



URL: http://www.zedirceu.com.br/pobreza-teve-queda-de-69-nos-ultimos-dez-anos/  
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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Curta Histórias, uma boa sacada em sua telinha.

A SECADI / MEC promoveu no ano de 2013 o Prêmio Curta Histórias é uma premiação voltada aos alunos matriculados na Educação Básica da rede pública de ensino de todo o país. 

Esta iniciativa visa incentivar novos talentos e estimular o desenvolvimento das atividades pedagógicas e audiovisuais de cunho cultural e educativo em escolas públicas brasileiras.

Desta forma, valoriza a Educação para as Relações Étnico-Raciais a partir do proposto pela Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira na Educação Básica. 

Vale ressaltar que em 2014 o Parecer CNE/CP 003/2004 completa dez anos. Neste estão estabelecidas as Diretrizes Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Assim, é importante que todas as escolas conheçam estas diretrizes para que avancemos no sentido de termos uma sociedade sem racismo e com mais equidade.

Veja um dos vídeos vencedores:

IGUALDADE 

quarta-feira, 30 de abril de 2014

A Lei 10.639 contribuindo para a desmistificação da democracia racial


A Lei 10.639 contribuindo para a desmistificação da democracia racial


Prof. Marcos Vinícius Melo dos Anjos1




No primeiro ano de governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, foi sancionada a Lei Federal 10.639/032, que determina a inclusão de conteúdos sobre História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica, que representou uma atitude de coragem na contribuição para o combate a discriminação, ao preconceito e o racismo histórico existente na sociedade brasileira.
Entendemos que em uma sociedade com práticas de cidadania, que contemple a equidade e o respeito mutuo, não necessitaria criar uma lei cujo objetivo é a valoração de uma etnia coparticipe da construção de uma nação. Entretanto, a nossa realidade é herdeira de um processo histórico de humilhação e opressão física e psicológica. Assim, é preciso revisitar a formatação da exploração colonialista europeia, mais de perto da coroa portuguesa, para entender melhor essa herança.
A transferência à força de um grande número de africanos escravizados marcou de forma negativa, a formação do nosso povo. Durante muito tempo os compêndios abordavam somente o viés econômico desse momento histórico. Porém, é preciso pensar no significado dessa ação para o próprio povo africano, que foi envolvido em uma verdadeira diáspora à revelia a sua vontade.
O racismo não surgiu de uma hora para outra. Ele é fruto de um longo processo de amadurecimento, objetivando usar a mão-de-obra barata por meio da exploração dos povos colonizados. Exploração que gerava riqueza e poder, sem nenhum custo extra para o branco colonizador e opressor. (SANT’ANA 2008).
É preciso desvelar a contextualização de que os africanos trazidos para o continente americano eram desprovidos de estrutura cognitiva, que não tinham posição social em seus reinos e somente serviram para o trabalho braçal, bruto como de um animal de tração.
A escravidão era há muito praticada por europeus e árabes na África negra. Foi considerada uma instituição justa, quando, no seu início, os portugueses escravizavam os mouros, considerados infiéis pelos cristãos. A “infidelidade” religiosa acabou sendo também estendida aos negros africanos, legitimando sua escravização. (VICENTINO E DORIGO. 2006)

A historiografia atual, com base em diversas fontes, defende que reis, rainhas e pessoas participantes das cortes de vários reinos foram escravizados. Alem disso, é comprovado que povos africanos detinham conhecimento do uso do solo através de técnicas diversas de plantio. O trabalho com a metalurgia e o domínio de grandes construções arquitetônicas, são outros exemplos do grau de evolução de grande parte desses povos.
Outro conceito que devemos reconsiderar é de que não existe apenas uma África, territorialmente falando, como se fosse um único país com características iguais. Estamos falando de um continente com especificidades culturais, geográficas e econômicas. Portanto, alem de falarmos “africanos” devemos reconhecer quais os grupos existentes, a exemplo dos Malês, Nagôs, Yorubás, Angolanos, Zulus e assim por diante.
De posse desses conhecimentos que abordam a visão da realidade dos negros que foram trazidos para o Brasil, nos permite reelaborar conceitos, construir uma nova visão antropológica sobre os africanos, diferente do que muitos livros didáticos de história de décadas passadas abordavam.
Se a interpretação equivocada da história africana e dos africanos, foi durante muito tempo o conteúdo aplicado na educação básica em nosso país, é fácil entender que o senso comum, sobre a importância dos negros, também seria equivocada. Durante décadas a educação formal reforçou o preconceito sobre o negro escravizado e conseguinte para os seus descendentes.
Culturalmente temos um país diverso, fato que nos coloca como uma referência em todo o planeta. Essa situação causa, em boa parte do povo brasileiro, o pertencimento e o sentimento de orgulho de ser brasileiro. Mas multiplicidade não é, necessariamente, igualdade.
Esse contexto de multiplicidade não reflete a inserção igualitária de todos na sociedade. Significa que não são oferecidas as mesmas oportunidades a todos os grupos étnicos formadores desse Brasil, especialmente aos negros e seus descendentes. 
Assim, o processo histórico que inseriu o negro na condição de escravizado no Brasil, propiciou um tratamento de segregação. Delimitou não somente de forma geográfica “os espaços” dos escravizados e dos senhores. A senzala ultrapassava seus limites físicos, impondo um olhar dos dominantes em todos os aspectos sociais. Mais de trezentos anos, compuseram a formação maldosa do senso comum no povo brasileiro fortalecendo a discriminação, o preconceito e racismo.
Exemplo clássico do racismo foi à segregação aplicada no regime governamental da África do Sul, onde o racismo protagonizou um dos mais horrorosos capítulos da história da humanidade. É certo que os parâmetros utilizados pelos colonizadores na África do Sul, divergem dos aspectos preconceituosos e racistas na contemporaneidade brasileira.
Se por um lado, é senso comum que nossa sociedade tem atitudes racistas que não promove equidade, por outro lado, não conseguimos detectar declaradamente os racistas. Em poucas palavras, temos uma sociedade racista, mas não visualizamos os racistas declarados. Segundo Sant’ana todos nós sabemos que o racismo é muito forte nos dias atuais, mas também cresce o nível de consciência de que o racismo é maléfico e precisa ser combatido, denunciado e Eliminado.
Essa reflexão nos permite questionar a decantada democracia racial, onde todos os brasileiros teriam as mesmas oportunidades, pois somos um país miscigenado, que é bonito de se ver em época de carnaval ou em partidas de futebol.
Durante as últimas décadas, essa democracia vem sendo contestada pelos movimentos sociais negros, na tentativa de explicitar a dura realidade que os afrodescendentes enfrentam nas mais diversas áreas da nossa sociedade. A historiografia vem contribuindo com uma nova leitura sobre como o processo histórico contribuiu para o racismo velado, desqualificando a “democracia” acima descrita.
Algumas ações governamentais surgiram como reflexo das lutas históricas de movimentos negros no Brasil. Políticas públicas vêem contribuindo para uma nova leitura da condição dos negros na sociedade e na inserção de oportunidades para os negros.
Diante desse contexto, uma reflexão torna-se pertinente sobre o mito da democracia racial: Como podemos acreditar na democracia racial se nossa sociedade é constituída de oportunidades implacavelmente desiguais? Constata-se que existem altos índices de negros nos presídios? Se ainda temos níveis altíssimos de negros e afrodescendentes com baixa escolaridade? Segundo Abdias Nascimento “as feridas da discriminação racial se exibem ao mais superficial olhar sobre a realidade do país”.
Implementar nas escolas a Lei 10.639/03 e, recentemente, a Lei 11.645/08 que acrescenta à primeira a questão da história e cultura indígena, é criar condições para se repensar as questões de discriminação, preconceito e racismo nas unidades de ensino. É propiciar à comunidade escolar, a promoção de atitudes mais respeitosas sobre as questões étnicas, contribuindo para formação de uma nova sociedade com uma perspectiva equânime.
Para que o contexto escolar fique alinhado com construção da sociedade desejada, torna-se necessário que as equipes gestoras, pedagógicas, e os professores realmente desenvolvam atividades praticas que auxiliem aos estudantes refletirem sobre as relações étnico-raciais.
Desenvolver ações metodológicas que busquem modificar uma cultura velada de racismo, que se evidencia através de piadas, associações e posturas discriminatórias passa a ser um dos objetivos a serem inseridos no projeto político pedagógico de cada instituição escolar.
Ações pedagógicas como a comemoração dos dias 13 de maio e 20 de novembro devem provocar reflexões sobre a condição socioeconômica dos negros e das suas lutas pelo direito de ter as mesmas oportunidades na atualidade. Eventos sem propositura de reflexão são meros momentos que “se vai com o vento”. Portanto é recomendável que tais datas, sejam trabalhadas como culminância de um ciclo, uma jornada ou uma pesquisa orientada. Dessa forma, será resgatado o pertencimento e a alto estima dos grupos que se veem ali representados. 
Por fim, uma sociedade que investe na educação de forma democrática e participativa, valorando a diversidade étnica e cultural, demonstra uma preocupação com a prática do respeito às diferenças culturais, fortalecendo assim a educação para as relações étnico-raciais e uma sociedade a caminho da verdadeira cidadania.

REFERÊNCIAS

SANT’ANA, Antônio Olimpio de. História e conceitos básicos sobre o racismo e seus derivados. Brasília 2008. Superando o racismo na escola. p.35.
VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio. Ed. Scipione,
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO / SECRETARIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA ALFABETIZAÇÃO E DIVERSIDADE. Orientações e aços para a Educação das Relações étnico. Brasília. 2006.
SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e; SILVÉRIO, Valter Roberto. Educação e ações afirmativas / Entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica. Brasília . 2003.

[1] Marcos Vinícius Melo dos Anjos licenciado em história pela UFS, especialista em docência universitária, professor da Rede Pública Estadual desenvolvendo atividade de Técnico no Núcleo da Educação, da Diversidade e Cidadania – NEDIC/DED/SEED. Professor Assistente da Faculdade São Luís de França. Membro do GPCIR – Grupo de Pesquisa Culturas, Identidades e Religiosidades – CNPQ-UFS.

[2] Lei sancionada no ano de 2003, pelo então Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva, que promove alteração na Lei de Diretrizes e Bases – LDB nos artigos 26-A, que institui nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e 79-B, que o calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra.